O sistema endocanabinoide tem um papel fundamental na modulação do sono, humor e apetite. Ele é responsável por manter em equilíbrio essas funções que são primordiais para uma boa qualidade de vida.
Assim, quando ocorre alguma desregulação no sistema endocanabinoide seja na quantidade de endocanabinoides circulantes em nosso organismo, aumento ou diminuição na expressão dos receptores canabinoides, ou algum problema nas enzimas de quebra e produção dos endocanabinoides, o equilíbrio exercido por esse sistema é prejudicado, aparecendo as patologias.
A Anandamida (AEA) está aumentada durante o período escuro em diversas estruturas cerebrais (hipocampo, ponte, hipotálamo, córtex pré-frontal, estriado e núcleo accumbens), enquanto a quantidade de 2-AG fica maior no período com luz no núcleo accumbens, córtex pré-frontal, estriado e hipocampo do que a AEA nas mesmas regiões e horários do dia.
E um estudo demonstrou que a privação do sono REM, fase do sono em que sonhamos e ocorre a consolidação da memória, diminui a expressão dos receptores CB1, enquanto uma boa qualidade de sono aumenta os níveis dos mesmos receptores (https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2008.04.008).
Outro estudo demonstrou que níveis baixos do endocanabinoide 2-AG está associado a casos de depressão maior (https://doi.org/10.1111/bcpt.13595). Além disso, um medicamento chamado “Rimonabanto” foi lançado no mercado para diminuir o apetite ajudando no emagrecimento. Porém, esse medicamento bloqueava os receptores CB1 em outras áreas do cérebro, o que resultou em uma depressão profunda e pensamentos suicidas nos pacientes que utilizaram esse medicamento. Tanto que foi retirado do mercado em poucos meses.
Assim, podemos ver como o sistema endocanabinoide é importante e essencial para o equilíbrio das funções básicas do nosso organismo, de forma que é necessário um ajuste cuidadoso e fino com os fitocanabinoides.